Que tipo de casamento é mais feliz? Estes dias ouvi uma história muito interessante, que é sobre duas tigelas não lavadas. A personagem principal é uma senhora bastante “consciente”, que tem uma divisão de tarefas muito clara nesta casa: ela cozinha, o homem lava a loiça. Mas naquela noite, o senhor terminou tudo, secou as mãos e saiu da cozinha satisfeito, esquecendo-se das duas tigelas que ficaram na mesa. Parece o começo de uma peça absurda, não é? Mas quando ela apontou isso, a reação do homem foi bastante típica: disse que as mãos estavam secas, que não queria molhá-las, que lavaria no dia seguinte, e colocou as tigelas na pia, virou-se para jogar no telemóvel.
Naquele momento, aquelas duas tigelas na pia deixaram de ser apenas porcelana. Tornaram-se uma espécie de obstáculo mental na cabeça da senhora. Ela estava na cama, e aquelas duas tigelas pareciam não estar na cozinha, mas no chão gorduroso, ao lado do seu travesseiro, até mesmo dentro do seu coração. E o homem, o verdadeiro culpado, estava a assistir a vídeos curtos, feliz como uma criança sem preocupações.
Acham que ele ficou zangado por causa das tigelas não lavadas? Claramente que não. Na verdade, ela ficou zangada porque sentiu que perdeu o controle. Muitos de nós, ao entrarem no casamento, parecem segurar um roteiro invisível. Nesse roteiro, eu sou o diretor, tu és o protagonista. Acredito que a loiça deve ser lavada no mesmo dia, e que as roupas não devem ficar com a gola esticada, deve-se ter cuidado. Quando o outro não recita as nossas falas do roteiro, a raiva surge. Essa raiva, na essência, é um medo de perder o poder.
Lembra daquela senhora, que falava da mãe dela? Toda a vida, ela criticou o pai, dizendo que ele não esfregava bem o chão, que nem sabia apoiar-se quando derrubava o óleo. E, no final, ela, cheia de raiva, fazia tudo sozinha, ficando cheia de ressentimentos, enquanto o homem permanecia como sempre. Não é um paradoxo do desejo de controlar? Quanto mais tentas transformar o outro na tua ideia de pessoa ideal, mais ele se torna uma nuvem macia, que absorve toda a tua força, deixando-a contigo, ferindo-te por dentro.
Então, o que é que constitui um casamento mais confortável? Essa senhora tomou uma decisão: deixou de tentar derrubar o teto da casa, de forçar o homem a lavar a loiça, porque sabia que isso só levaria a discussões e a uma noite de sono péssima. Ela começou a questionar-se: para quem é que estou a viver? Se te sentes mal apenas porque queres controlar o outro, e ele não se deixa controlar, na verdade estás a colocar o teu controlo emocional na mão dele. Há um facto cruel: a maioria das mulheres e homens são seres completamente diferentes.
Nos homens, a solução de problemas e uma abordagem de thread única, os pratos sujos, para eles, são apenas uma condição física. Não significam que não te amem, nem que não te respeitem. Depois de jogar, eles adormecem num instante, porque, no seu mundo, não há tantas voltas. Mas as mulheres, geralmente, são muito sensíveis, boas a fazer associações. As duas tigelas podem fazer-na pensar que ele não se dedica de coração, que não a ama, que o futuro será sombrio.
Na verdade, felicidade e conforto sempre vêm de dentro. Existe uma teoria chamada comunicação não violenta. Muitas pessoas pensam que, ao aprenderem a falar, podem transformar o outro numa máquina obediente: por exemplo, transformar “Por que não lavaste a loiça?” em “Fiquei triste por não teres lavado a loiça”, e esperar que o outro chore e vá lavar imediatamente. Ora, a essência da comunicação não violenta não é controlo, mas vulnerabilidade. Não é para te obrigar a apontar uma faca ao outro e forçá-lo a mudar, mas sim a mostrar honestamente as tuas vulnerabilidades. Não é para acusares: “És um preguiçoso”, mas sim para dizeres: “Preciso de uma cozinha limpa, porque isso me faz sentir bem e seguro”.
E se ele continuar indiferente? Nesse momento, a maior sabedoria entra em cena. Tenho a capacidade de agradar a mim mesmo. Se tu não lavas, eu posso lavar pelo meu próprio humor, ou, pelo meu humor, também posso não lavar, e dormir, ouvir música, ler um livro, certo? Um casamento confortável não é eu querer que faças o que quero, mas sim ser quem quero ser. A tua felicidade não deve depender de ele lavar ou não as duas tigelas.
Se as tuas emoções dependem totalmente do comportamento do parceiro, tu serás sempre um mendigo, a pedir esmola. Quando começas a desviar a atenção de por que ele não muda, para como te podes fazer feliz neste momento, o milagre costuma acontecer. Porque a felicidade tem atração: quando te tornas pleno, independente, feliz, a pessoa ao teu lado é atraída por esse campo magnético. Os homens, na sua essência, são simples: gostam de parceiros felizes. Quando perceberem que tu não és mais aquela bomba de gasolina prestes a explodir, mas sim uma nuvem tranquila, eles vão querer vir ajudar-te.
No final, a senhora olhou para o marido a dormir, e fez uma grande peça na sua cabeça. Mas, no final, decidiu libertar-se a si mesma. Não se preocupou mais com as duas tigelas, porque sabia que aquela noite de sono tranquilo valia mais do que as tigelas.
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Que tipo de casamento é mais feliz? Estes dias ouvi uma história muito interessante, que é sobre duas tigelas não lavadas. A personagem principal é uma senhora bastante “consciente”, que tem uma divisão de tarefas muito clara nesta casa: ela cozinha, o homem lava a loiça. Mas naquela noite, o senhor terminou tudo, secou as mãos e saiu da cozinha satisfeito, esquecendo-se das duas tigelas que ficaram na mesa. Parece o começo de uma peça absurda, não é? Mas quando ela apontou isso, a reação do homem foi bastante típica: disse que as mãos estavam secas, que não queria molhá-las, que lavaria no dia seguinte, e colocou as tigelas na pia, virou-se para jogar no telemóvel.
Naquele momento, aquelas duas tigelas na pia deixaram de ser apenas porcelana. Tornaram-se uma espécie de obstáculo mental na cabeça da senhora. Ela estava na cama, e aquelas duas tigelas pareciam não estar na cozinha, mas no chão gorduroso, ao lado do seu travesseiro, até mesmo dentro do seu coração. E o homem, o verdadeiro culpado, estava a assistir a vídeos curtos, feliz como uma criança sem preocupações.
Acham que ele ficou zangado por causa das tigelas não lavadas? Claramente que não. Na verdade, ela ficou zangada porque sentiu que perdeu o controle. Muitos de nós, ao entrarem no casamento, parecem segurar um roteiro invisível. Nesse roteiro, eu sou o diretor, tu és o protagonista. Acredito que a loiça deve ser lavada no mesmo dia, e que as roupas não devem ficar com a gola esticada, deve-se ter cuidado. Quando o outro não recita as nossas falas do roteiro, a raiva surge. Essa raiva, na essência, é um medo de perder o poder.
Lembra daquela senhora, que falava da mãe dela? Toda a vida, ela criticou o pai, dizendo que ele não esfregava bem o chão, que nem sabia apoiar-se quando derrubava o óleo. E, no final, ela, cheia de raiva, fazia tudo sozinha, ficando cheia de ressentimentos, enquanto o homem permanecia como sempre. Não é um paradoxo do desejo de controlar? Quanto mais tentas transformar o outro na tua ideia de pessoa ideal, mais ele se torna uma nuvem macia, que absorve toda a tua força, deixando-a contigo, ferindo-te por dentro.
Então, o que é que constitui um casamento mais confortável? Essa senhora tomou uma decisão: deixou de tentar derrubar o teto da casa, de forçar o homem a lavar a loiça, porque sabia que isso só levaria a discussões e a uma noite de sono péssima. Ela começou a questionar-se: para quem é que estou a viver? Se te sentes mal apenas porque queres controlar o outro, e ele não se deixa controlar, na verdade estás a colocar o teu controlo emocional na mão dele. Há um facto cruel: a maioria das mulheres e homens são seres completamente diferentes.
Nos homens, a solução de problemas e uma abordagem de thread única, os pratos sujos, para eles, são apenas uma condição física. Não significam que não te amem, nem que não te respeitem. Depois de jogar, eles adormecem num instante, porque, no seu mundo, não há tantas voltas. Mas as mulheres, geralmente, são muito sensíveis, boas a fazer associações. As duas tigelas podem fazer-na pensar que ele não se dedica de coração, que não a ama, que o futuro será sombrio.
Na verdade, felicidade e conforto sempre vêm de dentro. Existe uma teoria chamada comunicação não violenta. Muitas pessoas pensam que, ao aprenderem a falar, podem transformar o outro numa máquina obediente: por exemplo, transformar “Por que não lavaste a loiça?” em “Fiquei triste por não teres lavado a loiça”, e esperar que o outro chore e vá lavar imediatamente. Ora, a essência da comunicação não violenta não é controlo, mas vulnerabilidade. Não é para te obrigar a apontar uma faca ao outro e forçá-lo a mudar, mas sim a mostrar honestamente as tuas vulnerabilidades. Não é para acusares: “És um preguiçoso”, mas sim para dizeres: “Preciso de uma cozinha limpa, porque isso me faz sentir bem e seguro”.
E se ele continuar indiferente? Nesse momento, a maior sabedoria entra em cena. Tenho a capacidade de agradar a mim mesmo. Se tu não lavas, eu posso lavar pelo meu próprio humor, ou, pelo meu humor, também posso não lavar, e dormir, ouvir música, ler um livro, certo? Um casamento confortável não é eu querer que faças o que quero, mas sim ser quem quero ser. A tua felicidade não deve depender de ele lavar ou não as duas tigelas.
Se as tuas emoções dependem totalmente do comportamento do parceiro, tu serás sempre um mendigo, a pedir esmola. Quando começas a desviar a atenção de por que ele não muda, para como te podes fazer feliz neste momento, o milagre costuma acontecer. Porque a felicidade tem atração: quando te tornas pleno, independente, feliz, a pessoa ao teu lado é atraída por esse campo magnético. Os homens, na sua essência, são simples: gostam de parceiros felizes. Quando perceberem que tu não és mais aquela bomba de gasolina prestes a explodir, mas sim uma nuvem tranquila, eles vão querer vir ajudar-te.
No final, a senhora olhou para o marido a dormir, e fez uma grande peça na sua cabeça. Mas, no final, decidiu libertar-se a si mesma. Não se preocupou mais com as duas tigelas, porque sabia que aquela noite de sono tranquilo valia mais do que as tigelas.