O fornecimento global de café aperta-se enquanto as perturbações climáticas impulsionam os preços para cima

Futuros de café arábica de março terminaram segunda-feira a 357,60 cêntimos por libra, com um aumento de 1,90 cêntimos (+0,54%), enquanto o café robusta ICE de março fechou a 3.906 cêntimos por tonelada, com um ganho de 26 cêntimos (+0,67%). Os ganhos refletem preocupações crescentes sobre a disponibilidade global de café e vulnerabilidades na produção em regiões-chave de cultivo.

Condições meteorológicas e choques de oferta impulsionam suporte a curto prazo

Os benchmarks de café subiram aos seus níveis mais altos em 1,5 semanas, à medida que condições desfavoráveis assumiram o centro do palco. A região de Minas Gerais, no Brasil — a principal faixa de arábica do país — recebeu apenas 11,1 mm de precipitação durante a semana encerrada a 26 de dezembro, representando apenas 17% da média histórica, de acordo com a Somar Meteorologia. Este défice de precipitação coincide com a fase crítica de floração e desenvolvimento para o próximo ciclo de colheita.

A Indonésia enfrenta um desafio ainda mais agudo. Inundações generalizadas danificaram aproximadamente um terço das fazendas de arábica do país no norte de Sumatra, com especialistas do setor a alertar que as exportações de café podem contrair-se até 15% durante a temporada de 2025-26, segundo a Associação de Exportadores e Indústria de Café da Indonésia. Como o terceiro maior produtor mundial de robusta, as perturbações na oferta aqui têm implicações no mercado global. Embora as colheitas de robusta permaneçam relativamente menos afetadas, o impacto no arábica do norte é notável.

Dinâmica de inventário oferece sinais mistos

Os inventários de arábica do ICE atingiram uma baixa de 1,75 anos, de 398.645 sacos, a 20 de novembro, antes de se recuperarem para 456.477 sacos na quarta-feira passada. Os estoques de robusta também diminuíram para uma baixa de 1 ano, de 4.012 lotes, a 10 de dezembro, e desde então estabilizaram-se em 4.278 lotes. Embora a compressão de inventário normalmente suporte os preços, as recuperações recentes sugerem alguma estabilização dentro do sistema de armazéns.

Estimativas de produção apontam para colheitas recorde à frente

A perspetiva de longo prazo apresenta um quadro mais complexo. A agência de previsão de colheitas do Brasil, a Conab, aumentou a sua estimativa de produção para 2025 em 2,4%, para 56,54 milhões de sacos, no início de dezembro, acima da projeção de setembro de 55,20 milhões de sacos. Entretanto, o Serviço de Agricultura Estrangeira do USDA projetou que a produção mundial de café em 2025/26 atingirá um recorde de 178,848 milhões de sacos, representando um aumento de +2,0% em relação ao ano anterior. Isto inclui uma queda de -4,7% na produção de arábica, para 95,515 milhões de sacos, mas um aumento robusto de +10,9% na robusta, para 83,333 milhões de sacos.

Exportações do Vietname pressionam valores de robusta

O Vietname, maior produtor mundial de robusta, relatou uma aceleração acentuada na atividade de exportação. Os embarques de novembro aumentaram 39% em relação ao ano anterior, para 88.000 MT, com as exportações acumuladas de janeiro a novembro a subir 14,8% em relação ao ano anterior, para 1,398 milhões de MT. A Associação de Café e Cacau do Vietname indicou que a produção de 2025/26 pode subir 10% acima do ano anterior, se o clima colaborar, posicionando a produção em 30,8 milhões de sacos — um máximo de 4 anos, segundo projeções do USDA. Esta expansão de oferta atua como um vento contrário aos valores de robusta especificamente.

Sinal de alívio tarifário indica mudança nos padrões comerciais

As dinâmicas de demanda por café nos EUA começaram a mudar. Durante o período de agosto a outubro, quando tarifas elevadas sobre as importações brasileiras estavam em vigor, as compras americanas de café brasileiro caíram 52% em relação ao ano anterior, para 983.970 sacos. As recentes reduções tarifárias reabriram a porta a volumes maiores, embora os inventários domésticos nos EUA permaneçam relativamente restritos, sugerindo espaço para crescimento nas importações.

Perspetiva de mercado: Abundância de oferta versus aperto a curto prazo

A Organização Internacional do Café relatou em novembro que as exportações globais de café para o ano de comercialização atual (Outubro-Setembro) diminuíram 0,3% em relação ao ano anterior, para 138,658 milhões de sacos, indicando uma contração modesta apesar dos robustos pipelines de produção. O USDA prevê que os stocks finais de 2025/26 contrairão 5,4%, para 20,148 milhões de sacos, de 21,307 milhões de sacos na temporada atual.

O suporte de preços devido à ansiedade de oferta impulsionada pelo clima parece ser temporário, pois inventários abundantes e previsões de produção recorde sugerem que a força atual do rally enfrenta obstáculos estruturais até 2026. No entanto, perturbações regionais no Brasil e na Indonésia podem sustentar pisos de preços a curto prazo, especialmente se os défices de precipitação e os danos por inundações persistirem até à janela de plantação de janeiro a março.

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