Recentemente, reparei num fenómeno gravemente subvalorizado: 410 biliões de dólares em ativos tradicionais a nível global estão a passar por uma migração silenciosa.

Não se trata de um novo mito de enriquecimento, mas sim de uma reestruturação da lógica fundamental das finanças. A BlackRock está a lançar fundos de vários milhares de milhões de dólares na Ethereum e a propor um ETF de staking; o Goldman Sachs e o JPMorgan estão a testar a liquidação de obrigações e ações em blockchain; o Lido V3 foi especialmente adaptado para responder às exigências regulatórias das instituições — todas estas ações apontam numa direção: Wall Street está a disputar o controlo da infraestrutura financeira do futuro.

Porque é que é na Ethereum? O Bitcoin é definido como "ouro digital", mas a Ethereum está a tornar-se um "sistema operativo financeiro". Os dados mostram que o volume atual de RWA (tokenização de ativos do mundo real) já atingiu 29,5 mil milhões de dólares, um aumento de 178% em meio ano, dos quais 59% circulam na rede Ethereum. A tokenização de ativos tradicionais como ações, obrigações do Estado e imóveis significa que qualquer pessoa pode investir em propriedades comerciais com apenas algumas centenas de euros, negociar 24 horas por dia a nível mundial e beneficiar de uma redução significativa nas taxas.

Mais importante ainda é a competição a nível nacional. Hong Kong, Singapura e Dubai estão a disputar o estatuto de "hub de tokenização de ativos", o que, na essência, é uma luta pelo direito de definir as regras das finanças em blockchain. Isto não é uma experiência tecnológica, é o novo campo de batalha da soberania financeira.

Para os indivíduos, a oportunidade não está em especular sobre as subidas e descidas das criptomoedas, mas sim em compreender a migração dos veículos de riqueza. Quando os ativos passam de livros de papel ou bases de dados centralizadas para um registo em blockchain público e transparente, quem se adaptar primeiro às novas regras não ficará para trás nesta migração.

Tenho uma questão sobre a qual gostaria de ouvir a vossa opinião: ações, obrigações do Estado, imóveis — qual destas classes de ativos acham que será a primeira a ser totalmente tokenizada?