EUR/USD Perspetivas para 2026-2027: Será que o euro continuará a sua forte tendência de subida?

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Euro cria história, mas o caminho à frente está cheio de incertezas

Entrando em 2025, o desempenho do euro face ao dólar é notável. Desde o início do ano, de 1.04 dólares subiu até 1.16 dólares, um aumento de 13,5%. Isto não só quebrou a tendência de desvalorização contínua desde 2014, como também criou o desempenho mais forte em quase duas décadas. Mas a questão está à vista: esta recuperação pode continuar em 2026 e 2027?

A resposta é muito mais complexa do que os números superficiais. Por um lado, a divergência de políticas entre o Banco Central Europeu (BCE) e o Federal Reserve (Fed) apoia o euro; por outro lado, os riscos políticos na Europa, a incerteza na economia alemã, e o desempenho contínuo dos EUA sob a política de Trump, lançam sombras sobre o futuro do euro.

Motor principal: a redução da diferença de juros impulsiona a valorização do euro

A força mais forte que atualmente sustenta o euro vem da diferença de taxas de juros entre os EUA e a Europa. O Fed cortou as taxas em 50 pontos base de setembro a outubro, com a taxa de fundos federais atualmente entre 3,75% e 4,00%, e planeja reduzir ainda mais até o final de 2026 para 3,4%. Em contraste, o BCE terminou o ciclo de cortes de juros, mantendo a taxa de depósito em 2,00% desde junho.

Qual é o resultado dessa diferença? Quando a taxa de juros do dólar cai e a do euro permanece estável, o fluxo de capital se move de ativos denominados em dólares para ativos em euros. Dados históricos mostram que, sempre que a diferença de juros se estreita em 100 pontos base, geralmente ocorre uma correção cambial de 5%-8%. Seguindo essa lógica, o EUR/USD pode subir de 1,16 para 1,22-1,25. Alguns analistas até preveem que, se as políticas de estímulo na Alemanha impulsionarem o crescimento econômico, o BCE pode iniciar o aumento de juros já em 2027, reforçando ainda mais a expectativa de valorização do euro.

Desempenho econômico dos EUA supera expectativas, mas problemas também se acumulam

A política econômica do segundo mandato de Trump começa a mostrar resultados. No segundo trimestre de 2025, o crescimento do PIB dos EUA atingiu 3,8%, impulsionado pelo crescimento explosivo nos investimentos em inteligência artificial. A reforma tributária (“One Big Beautiful Bill Act”) foi aprovada em julho, mantendo a taxa de imposto corporativo em 21%, e com os custos de energia baixos, atraindo investimentos de gigantes globais de manufatura — TSMC constrói uma fábrica no Arizona (US$ 165 bilhões), Samsung investe US$ 44 bilhões no Texas, e Intel expande em Ohio com US$ 20 bilhões.

No entanto, as preocupações de longo prazo nos EUA também aumentam. O déficit federal deve atingir 6% do PIB em 2026, e as críticas públicas de Trump à independência do Fed enfraquecem a confiança dos investidores internacionais. Como resultado, o dólar se desvalorizou mais de 10% em relação ao euro desde o início de 2025 — exatamente o resultado que Trump desejava, mas sua sustentabilidade é questionável.

Plano de estímulo na Alemanha: uma promessa que parece boa demais

O fundo de infraestrutura de 500 bilhões de euros ao longo de doze anos, lançado pelo governo alemão, é visto pelo mercado como um suporte importante para a valorização do euro. Mas uma análise mais detalhada revela três grandes desafios.

Primeiro, o custo energético de longo prazo. A tarifa de energia industrial na Alemanha é de 15-20 centavos por kWh, o triplo dos EUA. Mesmo que o governo ofereça uma redução de 5 centavos por kWh entre 2026 e 2028, isso é apenas uma solução temporária. Para indústrias intensivas em energia, como química, aço e chips, a desvantagem estrutural de custos na Alemanha permanece, e empresas que já migraram não voltarão por causa de um subsídio temporário.

Segundo, as limitações na capacidade de implementação. Os projetos de infraestrutura na Alemanha levam em média 17 anos desde o planejamento até a conclusão, sendo que o processo de aprovação sozinho dura 13 anos. O setor de construção atualmente enfrenta uma lacuna de 250 mil trabalhadores, evidenciando problemas de eficiência. Um plano de estímulo leva anos para mostrar resultados, mas a situação econômica muda rapidamente, e a estrutura industrial pode já estar completamente diferente na hora.

Terceiro, a incerteza política. Nas eleições estaduais de 2026, há uma chance de que o partido de oposição se torne o maior em vários estados (com cerca de 25% de apoio nas sondagens). Se a política ficar instável, a execução do plano de estímulo pode ser atrasada ou enfraquecida, elevando os rendimentos dos títulos alemães e os custos de financiamento.

Crise da dívida na França e o dilema geral da zona euro

A situação política e fiscal da França é ainda mais preocupante. Em outubro, o governo caiu em 24 horas, com uma taxa de déficit de 6% e uma dívida que representa 113% do PIB. Os rendimentos dos títulos franceses até superam os da Espanha, um sinal de alerta claro.

Nos dados macroeconômicos, o crescimento do terceiro trimestre na zona euro foi de apenas 0,2% em relação ao trimestre anterior, e 1,3% na taxa anual, muito abaixo dos 3,8% do segundo trimestre dos EUA. A previsão de crescimento para 2026 é de apenas 1,5%, dependendo fortemente do efeito das políticas de estímulo na Alemanha. Embora a inflação tenha caído para 2%, alinhada com a meta do BCE, e a taxa de desemprego esteja em 6,3%, isso coloca o BCE em uma posição delicada: se a Alemanha estimular demais, elevando os preços, o BCE precisará subir as taxas, o que seria desastroso para os países do sul da Europa com dívidas elevadas.

Previsões dos analistas: consenso forte, mas divergências crescentes

Para o final de 2026, o mercado majoritário é otimista, com bancos como Morgan Stanley, BNP Paribas, Goldman Sachs prevendo o EUR/USD em torno de 1,25, JP Morgan e ING entre 1,22 e 1,25, enquanto o Wells Fargo é mais conservador, prevendo entre 1,18 e 1,20.

Já para 2027, as divergências se ampliam. O Deutsche Bank vê o par em 1,30, Morgan Stanley em 1,27, mas o Wells Fargo projeta uma queda até 1,12, refletindo opiniões bastante diferentes sobre o cenário de longo prazo na Europa e nos EUA.

Três possíveis cenários futuros

Cenário base: fatores dos EUA e Europa se equilibram, o EUR/USD oscila entre 1,10 e 1,20, na maior parte entre 1,14 e 1,17. A diferença de juros sustenta o piso do euro, enquanto os riscos políticos limitam o potencial de alta.

Cenário pessimista: a política na Alemanha entra em crise em 2026, dificultando a implementação do estímulo. Ao mesmo tempo, os EUA surpreendem positivamente, com aumento na produtividade de IA, inflação caindo para 2%, e o Fed pausando em 3,5%. O resultado é uma queda do EUR/USD para 1,05-1,10.

Cenário otimista: estabilidade política na Alemanha, estímulos acelerados, crescimento na zona euro atingindo 2%, e o BCE preparando-se para subir juros em 2027. Os EUA enfrentam risco de estagflação, com Trump intensificando intervenções no Fed, levando à venda de ativos em dólares. O EUR/USD rompe 1,20 e sobe para 1,22-1,28.

Recomendações práticas para traders

Dada a incerteza do cenário, estratégias flexíveis e orientadas por eventos são as mais sensatas. Os pontos-chave para observar em 2026 incluem as eleições estaduais na Alemanha, a política do novo presidente do Fed, a direção fiscal na França, os dados de estímulo na Alemanha e o relatório de emprego nos EUA.

A gestão de risco é fundamental. Embora a lógica da diferença de juros pareça apoiar uma valorização de longo prazo do euro, choques geopolíticos (como uma crise energética agravada), mudanças políticas ou a resiliência da economia americana podem alterar o cenário. Os suportes técnicos atuais do EUR/USD estão em 1,155 e 1,147; uma quebra abaixo pode acelerar uma correção para 1,10-1,12. As resistências estão entre 1,18 e 1,19, e uma quebra sustentada abriria espaço para 1,22-1,25.

Resumo: em 2026-2027, o EUR/USD evoluirá sob a influência de múltiplas forças. A diferença de juros apoia o euro, mas a execução das políticas na Alemanha, a crise da dívida na França e a resiliência do crescimento nos EUA são variáveis. O resultado final dependerá de qual dessas incertezas se concretizar primeiro. Os investidores devem estar preparados para volatilidade, acompanhando de perto a agenda política e os dados econômicos, ajustando suas posições de forma flexível.

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