O passado e o presente da indústria de transporte marítimo
O desempenho das ações de transporte marítimo nos últimos dois anos deixou muitos investidores confusos. Antes, em 2022, o setor era liderado por uma gigante imponente, mas hoje essa posição perdeu brilho. Tomando como exemplo a maior transportadora marítima do mundo, a Maersk, seu valor de mercado caiu 60% desde o pico de 2022, enquanto a alemã Hapag-Lloyd AG recuou quase 70%.
Essa queda nas ações não é fruto do acaso. Por trás dela, está uma queda acentuada nos resultados — a receita trimestral da Maersk caiu de 22,767 bilhões de dólares em 2022 para menos de 13 bilhões de dólares no segundo trimestre de 2023, e o lucro trimestral despencou 83%, de 8,879 bilhões de dólares para 1,453 bilhões de dólares. Os números financeiros que antes brilhavam agora se tornaram um pesadelo para os investidores.
O futuro das ações de transporte marítimo pode reverter? Quais fatores são essenciais
Apesar do cenário atual não ser otimista, o futuro das ações de transporte marítimo ainda depende de várias variáveis. Os investidores precisam entender como esses fatores podem influenciar as perspectivas do setor.
Primeiro, a mudança na política do Federal Reserve é um catalisador importante. Atualmente, a taxa de juros dos fundos federais está em 5,50%, e esse ambiente de altas taxas está freando o crescimento econômico global. Com a inflação nos EUA retornando gradualmente ao normal, o Fed certamente começará a reduzir as taxas de juros. Quando isso acontecer, a economia global ganhará fôlego, estimulando a recuperação do comércio internacional, o que é crucial para a recuperação futura das ações de transporte marítimo.
Segundo, a reconfiguração da cadeia de suprimentos global é uma espada de dois gumes. As economias ocidentais estão acelerando a localizaçãoda cadeia de suprimentos e a aproximação de fábricas, com muitas delas mudando da China para o México, Índia e outros países. Isso pode diminuir o volume de cargas nas rotas tradicionais do Extremo Oriente para Europa e América, desafiando o crescimento de empresas como Evergreen e Yang Ming, que dependem fortemente dessas rotas. Por outro lado, a diversificação das rotas globais pode criar oportunidades para empresas com uma capacidade de transporte mais distribuída, como a Maersk.
Terceiro, os custos de energia e os riscos geopolíticos não podem ser ignorados. Conflitos como o russo-ucraniano e a deterioração da situação no Oriente Médio elevam a incerteza nos preços do petróleo, e o aumento do preço do petróleo reduz a margem de lucro das empresas de transporte marítimo. Nesse ambiente instável, a capacidade de controlar custos será um fator decisivo na competitividade dessas empresas.
Quarto, a conformidade ambiental se torna uma nova linha de disputa. Futuramente, a regulamentação sobre emissões de carbono será mais rigorosa, obrigando as empresas de transporte a investir em frotas mais verdes. Grandes transportadoras como Maersk e Hapag-Lloyd podem aproveitar sua escala para fazer essa transição a custos relativamente baixos, enquanto empresas menores enfrentarão maiores pressões de custos.
Análise de ações de transporte marítimo atualmente disponíveis para investimento
No setor global de transporte marítimo, a maioria das empresas é privada, dificultando o acesso direto para investidores comuns. No mercado público, as opções incluem o mercado de ações de balcão nos EUA e a bolsa de Taiwan, que oferecem algumas alternativas principais:
Gigantes internacionais: a Maersk (código AMKBY), fundada em 1904, é um centro de transporte global, movimentando aproximadamente US$ 675 bilhões em cargas por ano, com mais de 76.000 funcionários. Apesar das dificuldades recentes, sua rede de rotas globais e escala ainda são impressionantes. A Hapag-Lloyd (HPGLY) também é uma transportadora internacional, operando em 600 portos ao redor do mundo, com capacidade de 1,8 milhão de TEUs.
Líderes regionais: a Orient Overseas Container Line (OROVY), adquirida pelo China COSCO Shipping Corporation, ainda opera como entidade independente, com uma frota de mais de 150 navios. A Taiwan-based Evergreen (2603) e Yang Ming (2609) são os dois principais nomes locais — a Evergreen é líder em transporte de contêineres em Taiwan, com mais de 200 navios e operações em 240 portos globais; a Yang Ming é reconhecida por sua logística internacional, atendendo a mais de 70 países.
Recomendações práticas para investir em ações de transporte marítimo
Com base na análise do futuro do setor, as seguintes estratégias de investimento são recomendadas:
Priorizar grandes líderes. Empresas de transporte com valor de mercado acima de US$ 100 bilhões têm maior resistência a riscos. Em momentos de volatilidade macroeconômica, grandes empresas podem distribuir custos por escala, enquanto as menores tendem a sair do mercado durante ciclos baixos.
Cuidado com empresas excessivamente dependentes de uma única rota. No contexto de reconfiguração da cadeia de suprimentos global, empresas que dependem fortemente das rotas do Extremo Oriente para as Américas ou Europa enfrentam riscos maiores. Isso é especialmente relevante para empresas taiwanesas como Evergreen e Yang Ming, que concentram suas operações nessas rotas.
Observar a idade da frota. Investir em ações de empresas com frotas modernas pode reduzir custos futuros relacionados à conformidade ambiental e riscos de transição. Empresas com frotas mais novas tendem a ser mais competitivas na transição para uma operação mais sustentável.
Preparar-se para os ciclos econômicos. As ações de transporte marítimo são, por sua natureza, ações cíclicas. Os investidores devem fazer compras em momentos de baixa do ciclo, manter posições a longo prazo e vender perto do topo do ciclo. Não se trata de uma estratégia de curto prazo, mas de uma compreensão do macrociclo econômico.
Resumo: o futuro das ações de transporte marítimo é incerto, mas há sinais
O futuro das ações de transporte marítimo depende da recuperação econômica global, do formato final da cadeia de suprimentos, da volatilidade dos preços de energia e da implementação de políticas ambientais. Esses fatores ainda estão em evolução, sem uma resposta definitiva.
No entanto, para os investidores, compreender esses fatores já representa metade do caminho para o sucesso. Quem deseja ingressar nesse setor deve acompanhar continuamente os dados econômicos e os movimentos geopolíticos, entrar na fase de ciclo macroeconômico em baixa e escolher empresas de grande porte, com forte resistência a riscos e rotas bem distribuídas.
As oportunidades e os riscos das ações de transporte marítimo coexistirão. O segredo está em encontrar o momento certo e os ativos corretos.
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As ações de transporte marítimo ainda têm oportunidade? Revelando as forças de crescimento futuras e armadilhas de investimento
O passado e o presente da indústria de transporte marítimo
O desempenho das ações de transporte marítimo nos últimos dois anos deixou muitos investidores confusos. Antes, em 2022, o setor era liderado por uma gigante imponente, mas hoje essa posição perdeu brilho. Tomando como exemplo a maior transportadora marítima do mundo, a Maersk, seu valor de mercado caiu 60% desde o pico de 2022, enquanto a alemã Hapag-Lloyd AG recuou quase 70%.
Essa queda nas ações não é fruto do acaso. Por trás dela, está uma queda acentuada nos resultados — a receita trimestral da Maersk caiu de 22,767 bilhões de dólares em 2022 para menos de 13 bilhões de dólares no segundo trimestre de 2023, e o lucro trimestral despencou 83%, de 8,879 bilhões de dólares para 1,453 bilhões de dólares. Os números financeiros que antes brilhavam agora se tornaram um pesadelo para os investidores.
O futuro das ações de transporte marítimo pode reverter? Quais fatores são essenciais
Apesar do cenário atual não ser otimista, o futuro das ações de transporte marítimo ainda depende de várias variáveis. Os investidores precisam entender como esses fatores podem influenciar as perspectivas do setor.
Primeiro, a mudança na política do Federal Reserve é um catalisador importante. Atualmente, a taxa de juros dos fundos federais está em 5,50%, e esse ambiente de altas taxas está freando o crescimento econômico global. Com a inflação nos EUA retornando gradualmente ao normal, o Fed certamente começará a reduzir as taxas de juros. Quando isso acontecer, a economia global ganhará fôlego, estimulando a recuperação do comércio internacional, o que é crucial para a recuperação futura das ações de transporte marítimo.
Segundo, a reconfiguração da cadeia de suprimentos global é uma espada de dois gumes. As economias ocidentais estão acelerando a localizaçãoda cadeia de suprimentos e a aproximação de fábricas, com muitas delas mudando da China para o México, Índia e outros países. Isso pode diminuir o volume de cargas nas rotas tradicionais do Extremo Oriente para Europa e América, desafiando o crescimento de empresas como Evergreen e Yang Ming, que dependem fortemente dessas rotas. Por outro lado, a diversificação das rotas globais pode criar oportunidades para empresas com uma capacidade de transporte mais distribuída, como a Maersk.
Terceiro, os custos de energia e os riscos geopolíticos não podem ser ignorados. Conflitos como o russo-ucraniano e a deterioração da situação no Oriente Médio elevam a incerteza nos preços do petróleo, e o aumento do preço do petróleo reduz a margem de lucro das empresas de transporte marítimo. Nesse ambiente instável, a capacidade de controlar custos será um fator decisivo na competitividade dessas empresas.
Quarto, a conformidade ambiental se torna uma nova linha de disputa. Futuramente, a regulamentação sobre emissões de carbono será mais rigorosa, obrigando as empresas de transporte a investir em frotas mais verdes. Grandes transportadoras como Maersk e Hapag-Lloyd podem aproveitar sua escala para fazer essa transição a custos relativamente baixos, enquanto empresas menores enfrentarão maiores pressões de custos.
Análise de ações de transporte marítimo atualmente disponíveis para investimento
No setor global de transporte marítimo, a maioria das empresas é privada, dificultando o acesso direto para investidores comuns. No mercado público, as opções incluem o mercado de ações de balcão nos EUA e a bolsa de Taiwan, que oferecem algumas alternativas principais:
Gigantes internacionais: a Maersk (código AMKBY), fundada em 1904, é um centro de transporte global, movimentando aproximadamente US$ 675 bilhões em cargas por ano, com mais de 76.000 funcionários. Apesar das dificuldades recentes, sua rede de rotas globais e escala ainda são impressionantes. A Hapag-Lloyd (HPGLY) também é uma transportadora internacional, operando em 600 portos ao redor do mundo, com capacidade de 1,8 milhão de TEUs.
Líderes regionais: a Orient Overseas Container Line (OROVY), adquirida pelo China COSCO Shipping Corporation, ainda opera como entidade independente, com uma frota de mais de 150 navios. A Taiwan-based Evergreen (2603) e Yang Ming (2609) são os dois principais nomes locais — a Evergreen é líder em transporte de contêineres em Taiwan, com mais de 200 navios e operações em 240 portos globais; a Yang Ming é reconhecida por sua logística internacional, atendendo a mais de 70 países.
Recomendações práticas para investir em ações de transporte marítimo
Com base na análise do futuro do setor, as seguintes estratégias de investimento são recomendadas:
Priorizar grandes líderes. Empresas de transporte com valor de mercado acima de US$ 100 bilhões têm maior resistência a riscos. Em momentos de volatilidade macroeconômica, grandes empresas podem distribuir custos por escala, enquanto as menores tendem a sair do mercado durante ciclos baixos.
Cuidado com empresas excessivamente dependentes de uma única rota. No contexto de reconfiguração da cadeia de suprimentos global, empresas que dependem fortemente das rotas do Extremo Oriente para as Américas ou Europa enfrentam riscos maiores. Isso é especialmente relevante para empresas taiwanesas como Evergreen e Yang Ming, que concentram suas operações nessas rotas.
Observar a idade da frota. Investir em ações de empresas com frotas modernas pode reduzir custos futuros relacionados à conformidade ambiental e riscos de transição. Empresas com frotas mais novas tendem a ser mais competitivas na transição para uma operação mais sustentável.
Preparar-se para os ciclos econômicos. As ações de transporte marítimo são, por sua natureza, ações cíclicas. Os investidores devem fazer compras em momentos de baixa do ciclo, manter posições a longo prazo e vender perto do topo do ciclo. Não se trata de uma estratégia de curto prazo, mas de uma compreensão do macrociclo econômico.
Resumo: o futuro das ações de transporte marítimo é incerto, mas há sinais
O futuro das ações de transporte marítimo depende da recuperação econômica global, do formato final da cadeia de suprimentos, da volatilidade dos preços de energia e da implementação de políticas ambientais. Esses fatores ainda estão em evolução, sem uma resposta definitiva.
No entanto, para os investidores, compreender esses fatores já representa metade do caminho para o sucesso. Quem deseja ingressar nesse setor deve acompanhar continuamente os dados econômicos e os movimentos geopolíticos, entrar na fase de ciclo macroeconômico em baixa e escolher empresas de grande porte, com forte resistência a riscos e rotas bem distribuídas.
As oportunidades e os riscos das ações de transporte marítimo coexistirão. O segredo está em encontrar o momento certo e os ativos corretos.