A Reserva Federal (FED) desta vez pode realmente "virar o jogo". Na reunião de taxa de juros de 9 a 10 de dezembro, está prestes a acontecer um espetáculo raro — um empate de 6 a 6, isso mesmo, aquela situação em que ninguém consegue convencer o outro. É bom lembrar que essa instituição, que sempre se destacou por "alcançar consenso", nunca enfrentou um momento constrangedor de votação empatada.

Primeiro, vamos falar sobre como essas 12 cédulas serão distribuídas. De acordo com as regras, é necessário ter 7 votos para tomar uma decisão sobre a direção da taxa de juros. Atualmente, o lado dos falcões está bem fortalecido: Collins, do Federal Reserve de Boston, lidera, acompanhada por outros três presidentes de bancos regionais e dois diretores, totalizando seis pessoas firmemente decididas a apertar os freios, discordando veementemente de qualquer nova redução de juros. E do lado dos pombos? Três diretores nomeados durante o governo Trump estão constantemente clamando por um afrouxamento, e Williams, do Federal Reserve de Nova York — que é o "terceiro homem" do Fed — também se manifestou recentemente a favor de "novas reduções de juros". O mercado está apostando que Powell e o diretor Cook provavelmente ficarão do lado de Williams, afinal, esses indivíduos costumavam agir em conjunto. Assim, os pombos conseguem exatamente seis votos, e os dois lados estão se enfrentando.

O foco da contradição é na verdade bastante claro: a inflação ainda está flutuando acima da meta de 2%, então os membros da ala mais dura naturalmente não se atreveriam a ceder; mas, por outro lado, a taxa de desemprego de setembro disparou para o nível mais alto em quatro anos e os dados de emprego também estão oscilando, fazendo com que a ala mais branda use isso como motivo para pedir uma redução da taxa de juros. Assim que Williams fez essa declaração, a probabilidade de redução da taxa em dezembro disparou de menos de 40% para mais de 70%, e as ações americanas imediatamente tiveram um pequeno pico.

A questão é que empates como este realmente nunca aconteceram na história da Reserva Federal (FED).